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quarta-feira, 09 de novembro 2005

Resenha do CD / DVD Anos 80

Reproduzo abaixo uma resenha escrita pelo jornalista Mauro Ferreira a respeito do nosso DVD que, aliás, já se encontra entre os mais vendidos do país, (graças à vocês que o compraram aos montões, pelo jeito).

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Sábado, Novembro 05, 2005

CD e DVD 'Anos 80' ratificam talento de hitmakers da década como Leo Jaime e Ritchie em calorosa gravação ao vivo

anos80multishow_dvd_tiny.jpgResenha de CD / DVD
Título: Anos 80 - Multishow ao Vivo
Artista: Vários
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * *

"Tinha música no ar... Muita gente tocando em garagem sem sonhar com disco". A frase, dita por Ritchie num táxi, abre o making of contido nos extras do DVD Anos 80 - Multishow ao Vivo e procura sintetizar o espírito musical da década em que o mercado fonográfico nacional abriu definitivamente suas portas para o rock produzido no Brasil. Editado também em CD, o projeto do canal Multishow chega às lojas - com distribuição da Som Livre - em meio a outros lançamentos similares produzidos na onda dos revivals dos anos 80.

Muito lixo tem sido jogado no mercado em nome do culto à década. Mas é preciso separar o joio do trigo. Anos 80 - Multishow ao Vivo, gravado em show na casa Olympia (SP) em 26 de agosto, se destaca por reunir talentosos hitmakers da década cujas carreiras não decolaram a partir dos anos 90 por fatores diversos que não tiram o mérito destes compositores. Eles são Leo Jaime, Ritchie e Leoni. As obras dos três resistem bem ao tempo e sustentam o repertório deste CD / DVD, entre hits mais ou menos expressivos de Kid Vinil (Tic-Tic Nervoso e Sou boy), Nasi (o vocalista do Ira!, intérprete de Núcleo Base e de Te Odeio), Dinho Ouro Preto (Independência, Fogo), Dulce Quental e George Israel.

Com seu recente projeto ao vivo solo, Leoni até obteve este ano o reconhecimento e a popularidade a que fazia jus por sua rica contribuição ao pop nacional - não fosse ele co-autor de jóias como Exagerado. Leo e Ritchie ainda não tiveram a mesma sorte, e talvez seja esse o maior mérito do projeto do Multishow: mostrar às novas gerações o quão irresistível é o pop desencanado dos dois e ratificar para os quarentões que curtiram os anos 80 o talento de ambos como autores. Até porque a dupla não deve ser confundida com a turma de artistas destalentados e efêmeros da década que procuram desesperadamente aderir a revivals do tipo para tentar outros 15 minutos de fama.

Diretor artístico do projeto, ao lado do empresário Alexandre Ktenas, Leo se dá melhor do que Ritchie no CD, revivendo sucessos como As Sete Vampiras, A Fórmula do Amor (em dueto com Leoni e com o sax de George Israel) e Rock Estrela. No CD, Ritchie defende apenas Menina Veneno - seu megahit de 1983 - e participa dos números coletivos (Perdidos na Selva e Bete Balanço, tributos ao pioneirismo da Gang 90 de Júlio Barroso e ao cancioneiro de Cazuza, respectivamente). Mas, no DVD, Ritchie vai à forra e recorda Pelo Interfone e Casanova, delícias pop de seu primeiro e antológico LP que pediam mesmo regravações porque meio que caíram no esquecimento.

É claro que há ausências indispensáveis no projeto. A ponto de Kid Vinil ter que representar a Plebe Rude com versão competente de Até Quando Esperar?, feita com o auxílio luxuoso do baixista Mingau. A Legião Urbana de Renato Russo também tinha que estar no DVD de alguma forma, embora sua exclusão tenha se dado somente por questões legais referentes à autorização do cancioneiro da banda - sempre vetado por seus herdeiros para projetos revisionistas do gênero. A ausência dos Paralamas do Sucesso também é indesculpável.

Por outro lado, há presenças dispensáveis - caso da deslocada Dulce Quental, que ainda se recusou a cantar seu maior hit com o grupo Sempre Livre (Sou Free) e tenta esquentar a platéia com morna versão de Fui Eu, música que não entrou para a história da década. No todo, entretanto, a gravação do show é calorosa e mostra como o pop brasileiro dos anos 80 era charmoso porque simples e eficiente, sem o tom cabeça que faria muitas bandas naufragarem a partir da década de 90.

Além de registrar a íntegra do show, o DVD supera o CD por trazer nos extras um bate-papo sobre a cultura pop dos anos 80, gravado na casa paulista Rose Bom Bom com a presença de Leo, de Ritchie, do escritor Marcelo Rubens Paiva (autor do best-seller Feliz Ano Velho) e do fotógrafo Rui Mendes. O papo flui bem, mas poderia ter ganhado consistência sociológica se tivesse contado com um mediador para desenvolver os temas e conduzir os depoimentos sobre mercado, música, drogas e temas afins.

Enfim, vale a pena ver e ouvir sem preconceitos o CD e DVD Anos 80 - Multishow ao Vivo. Nunca o Brasil produziu um pop rock tão sedutor como naquela época. E que ainda convence - mesmo em versões requentadas - duas décadas depois de sua criação.

irradiado por Ritchie [09 de nov 2005, às 15:22]

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2 SINAIS NO RADAR

FANTÁSTICA essa resenha!
Agora só falta a oportunidade de conferir de perto esse showzaço... Mas já vi que tá difícil rolar em Brasília... :-/
Beijos!

irradiado por: Helena em novembro 9, 2005 4:49 PM

Eu gostei da apresentação da Dulce Quental.. não acho que tenho sido despensável.. pena ela não ter cantado Eu sou Free tb.

Quanto aos Paralamas,seria legal o Herbert aparecer, mas já q ele não esteve, a Dulce cantou uma música da autoria dele, então ele tb foi representado.

Senti falta do Frejat e da Paula Toller.

irradiado por: Guilherme em dezembro 8, 2005 11:16 PM
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